Luísa Mahin é nossa referência (bio)
- afromemoriasatuais
- 9 de nov. de 2018
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Luísa Mahin, nascida no início do século XIX, foi uma personagem da história do Brasil. Segundo a Fundação Palmares, teria sido uma ex-escrava de origem africana, radicada no Brasil, que tomou parte na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos da Bahia nas primeiras décadas do século XIX.
Sua origem é incerta, não se sabe se teria nascido na Costa da Mina, na África, ou na Bahia. Membro do povo Mahi, de onde vem seu sobrenome, Luísa Mahin comprou sua alforria em 1812. Livre, tornou-se quituteira em Salvador. Ela teve um filho, o poeta e abolicionista Luís Gama (*), que a descreveu como uma mulher baixa, magra, bonita, de dentes "alvíssimos, como a neve", altiva, generosa, sofrida e vingativa.

Luísa esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras décadas do século XIX. De seu tabuleiro eram distribuídas as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na Sabinada (1837-1838).
Foi perseguida, logrando evadir-se para o Rio de Janeiro, onde foi encontrada, detida e, possivelmente, deportada para Angola. Não existe, entretanto, nenhum documento que comprove essa informação. Alguns autores acreditam que ela tenha conseguido fugir para o Maranhão, onde, com sua influência, tenha sido desenvolvido o tambor de crioula.

Tão incerta como definição de sua origem e seu destino, ainda fica indefinida a exatidão de sua imagem. Como exemplo são as fotos que ilustram este texto, todas elas associadas a Luisa Mahin, podendo ser a mesma pessoa em momentos diferentes da vida ou retratada de pontos de vista diferentes por suas características.
*Luiz Gama, seu filho, é considerado um grande nome por seus feitos na própria vida e para libertar muitos homens e mulheres negros e pobres das injustiças que sofriam pelo sistema escravocrata.
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